Nota contra o aumento da passagem de ônibus

NOTA CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM DO TRANSPORTE COLETIVO

A imprensa de Goiânia tem noticiado nos últimos dias que a passagem d ônibus vai aumentar, e acordos entre Prefeitura Municipal e as empresas que lucram com a exploração do setor demonstram que isso vai se concretizar bem antes do que imaginamos. Tal situação indica que o recente aumento para R$2,00 não foi suficiente para satisfazer a ganância dos empresários em ganhar mais e mais dinheiro em cima dos trabalhadores e estudantes que utilizam o transporte público todos os dias.

Diante destas notícias, grande parte da população goianiense se indigna. O caos que é nosso sistema de transporte público, com ônibus superlotados; atrasos constantes; falta de veículos em determinadas linhas; ausência total de segurança, com os passageiros obrigados a viajar em pé, segurando em barras de ferro ou comprimidos contra as portas, já seria o suficiente para justificar a indignação. Mas, como se não bastasse, arquitetam aumentar o preço da passagem.

E o pior de tudo é a forma como tentam defender este aumento. Sempre subestimando as massas, colocam aqueles velhos argumentos, totalmente vazios, de que o dinheiro arrecadado com o aumento será utilizado na melhoria do transporte, que irão reestruturar todo o trânsito para privilegiar quem anda de ônibus, que as condições dos terminais serão melhoradas e blá-blá-blá.

Com base nessas velhas desculpas, o edital prevê reajustes de pelo menos 20 centavos, aumentando-se em muito o custo de vida do povo: se a passagem subir para R$2,30, o custo para os estudantes será de mais de R$10,00 por semana e quase R$50,00 por mês!! E considerando ainda que a família brasileira tem em média 3 filhos na escola e somando o aumento que vai ser pago também pelos pais - vão e voltam do trabalho todos os dias - o gasto mensal com o transporte “público” pode chegar a R$350,00, que corresponde a mais de dois terços do salário mínimo. E olha que a passagem pode subir para até R$2,50!

E, ainda, ao levarmos em conta as péssimas condições de trabalho dos motoristas e o fato de que mesmo com o aumento não há nenhuma intenção de livrá-los do intenso arrocho salarial e das péssimas condições de trabalho a que são submetidos (basta lembrar que o motorista acumulou as funções que antes eram do cobrador, sofre com o estressante trânsito e com carros que exigem verdadeiros sacrifícios físicos para serem guiados, além de estarem obrigados a uma rotina de horários alucinantes), fica mais do que claro os interesses particulares dos donos do transporte com este reajuste.

Observando tal situação, o Centro Acadêmico XI de Maio, da Faculdade de Direito da UFG, assume sua responsabilidade de se manifestar diante de todos os acontecimentos importantes para a sociedade e se posiciona contra esse absurdo aumento no preço da passagem de ônibus, acreditando que o transporte público precisa de melhorias urgentes, que atendam às necessidades da população, e não de reajustes na tarifa. Ainda, conclamamos todos os estudantes e suas entidades a se manifestarem em favor do povo e contra o aumento.