
CAXIM promove Debate Contra a Violência Policial
CAXIM promove Debate Contra a Violência Policial
Nesta última quinta-feira, 10 de setembro, o Centro Acadêmico XI de Maio (Direito - UFG), diante dos recentes acontecimentos em Paraisópolis e Heliópolis, bem como a política geral do Estado de massacre do povo pobre, promoveu um Debate Contra a Violência Policial. O evento contou com a participação do Dr. Júlio Moreira, membro do NAP (Núcleo dos Advogados do Povo) e vice-presidente da IAPL (Associação Internacional dos Advogados do Povo), que atua em defesa do povo pobre do campo e da cidade, em causas referentes à luta camponesa e contra a criminalização dos movimentos populares; Padre Geraldo, religioso que está presente na luta contra as arbitrariedades do Polícia e coordena o Comitê Goiano Pelo Fim da Violência Policial; e seu Divino, professor aposentado que se tornou combativo militante pelo fim da violência policial após ter um filho assassinado pela ROTAM.
O debate se iniciou com um membro do Centro Acadêmico intervindo sobre a importância de todos os estudantes democráticos se manifestarem contra as ações arbitrarias da Polícia, que usa do velho e batido discurso de legalidade (estão sempre protegendo a lei...) para justificar as torturas e assassinatos.
Em seguida, Padre Geraldo explanou brevemente sobre a evolução da humanidade para demonstrar o quão são atrasadas as práticas repressivas levadas à cabo pela Polícia, centrando em seguida em relatos que explicitaram a podridão da corporação que, segundo ele, seria responsável pela Segurança Pública.
Depois seu Divino contou, emocionado, a história de seu filho: um inocente assassinado por um Capitão da ROTAM que estava bêbado em horário de serviço. Contou como tentaram transformar o jovem Rodrigo, que tinha apenas 20 anos de idade, em um "bandido", como que para justificar o crime. Muito rico o depoimento de Divino, abordando também a corrupção e corporativismo inerentes à Polícia.
Por fim, Dr. Júlio Moreira reconstituiu a formação da sociedade brasileira semi-colonial e semi-feudal para mostrar a origem da violência contra o povo, mostrando a demagogia do "Estado Democrático de Direito" e seu ordenamento jurídico completamente alheio à realidade. Relatando casos acontecidos em favelas no Rio, na própria cidade de Goiânia, no Sul do Pará e toda a região Norte, mostrou que não existem casos isolados de violência policial, mas sim esta é a política ditada para reprimir as massas. Finalizou sua fala exaltando a importância da participação da juventude nas transformações sociais e no enfrentamento de classe, como foi de maneira geral em toda a história e especialmente na França cerca de 3 anos atrás, na Grécia há alguns meses e como tem sido no Brasil.
Após as falas, os 25 estudantes presentes aprofundaram o debate buscando descobrir a origem deste grave problema, as formas pelas quais se expressa, e o principal, que é a forma de resolvê-lo como condição para alcançarmos uma nova e verdadeira democracia.
Fonte: CAXIM