Cabeçalho Caxim

HISTÓRIA

Promover uma retrospectiva histórica não representa, tão somente, um simples resgate de fatos ocorridos no passado. Conhecer notáveis acontecimentos é uma forma de atribuir-lhes a devida valoração, condizente com sua importância no processo de estruturação da realidade circundante.

Em vista da importância da valoração da memória para a construção da identidade desta entidade estudantil, é essencial conhecer o Caxim, o Centro Acadêmico XI de Maio, em conjunto com sua história, reconhecendo a importância de sua atuação ao longo dos anos, como também percebendo a dimensão dessa atuação em prol de um ensino superior de qualidade e na defesa dos diversos interesses dos estudantes da Faculdade de Direito da UFG.

O Centro Acadêmico da Faculdade de Direito de Goiás foi fundado em 1933, sendo o primeiro do Centro-Oeste e o quarto do país. Entretanto, somente adquiriu o nome atual em homenagem ao Decreto Federal nº 809 de 11 de maio de 1936, que tornou o diploma expedido por nossa faculdade reconhecido em todo o território nacional.

Em 1937, o Caxim e a Faculdade de Direito foram transferidos para a cidade de Goiânia, ocupando o famoso Casarão da Rua 20, onde hoje se encontra a Justiça Federal.

Ao longo de mais de 80 anos, nosso Centro Acadêmico luta de maneira incisiva e aguerrida; tornou-se referência por suas mobilizações e articulações, principalmente através dos informativos “O Acadêmico” e “O XI de Maio”, que se tornaram os principais instrumentos combativos na proliferação de ideias e opiniões. Exemplos dessa atuação são diversos, dentre os quais pode-se destacar a luta, em 1956, pela Casa do Estudante e pela fundação da Universidade Federal de Goiás, sendo essa criada em 1960. 


Em 1959, enfrentou a lei que protegia aqueles que advogavam sem ter o título profissional, os denominados “Rábulas”. Também participou da campanha para a transferência da Capital Federal para o interior do país, iniciada em 1952, chefiando junto ao Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco — hoje, da USP — a Semana Mudancista. Tal fato rendeu a esses Centros Acadêmicos uma homenagem por parte do Presidente JK, que imortalizou seus nomes numa placa fincada na atual capital federal, congratulando-os pela atuação em prol da criação de Brasília.

Durante as décadas de 60 e 70, alunos e professores sofreram perseguições por parte da Ditadura Militar, ocorrendo restrições de direitos e a cassação legal das instituições de representação estudantil, substituindo os Centros Acadêmicos por Diretórios Setoriais, sendo esses subordinados e controlados pelo regime ditatorial de então.

Passado esse período, já em um contexto de reabertura política, houve, em 1979, a regulamentação das Entidades de Representação Estudantil, através da Lei 6.680/79. Retomando sua atuação política oficial, o Caxim reformulou seu Estatuto em 1984, com a ajuda de alguns professores conscientes da representatividade dessa Entidade. Já no ano de 2005, foi aprovado o novo Estatuto, mais condizente com os atuais interesses.

Episódio também marcante foi no ano da Assembleia Nacional Constituinte, quando o Caxim, em conjunto com outros C.A.s, mandou delegações a Brasília, ao Congresso Nacional, com o intuito de contribuir na construção da nova Constituição, com o sonho de novos tempos.

Na décadas de 90 e início do novo século, o Caxim continua a trabalhar na conquista de melhorias, atuando tanto na esfera dos interesses internos da própria Faculdade, como também junto a outros C.A.s, da UFG e de outras instituições.

Seja através de uma luta reivindicatória ou de uma simples vinculação de ideias, o Centro Acadêmico é o principal meio do estudante fazer valer o seu papel de agente histórico, sendo responsável por não se acomodar diante a uma realidade posta e por garantir as mudanças necessárias na busca pelo aumento da qualidade do ensino e por uma formação humana mais abrangente.

A importância do Caxim, tanto histórica quanto física, é algo a se desenvolver, algo que se constrói a cada dia, não somente através de integrantes de uma gestão, mas através da participação de todos os estudantes da Faculdade. Venham também atuar na construção de uma faculdade social e politicamente integrada. Façamos o hoje.